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sexta-feira, 22 de abril de 2011
Comparativo entre contratos com a Globo e com a Redetv comprova prejuízo dos clubes sem a licitação do C13!
O diário Lance!, de posse dos contratos da RedeTv e da Rede Globo, fez esse excelente comparativo, que será analisado pelo blog.
Sobre os valores das cotas de cada clube, o blog já tratou diversas vezes, obtendo a mesma conclusão da reportagem do Lance: “por todos os valores divulgados até agora, a Globo não pagará aos clubes o mesmo que eles conseguiriam caso tivessem ficado com o Clube dos 13″.
Assim, resta-nos comentar os demais itens do contrato, além dos valores das cotas de tv.
- Transparência: a falta de transparência dos contratos é prejudicial aos clubes pois não permite que os mesmos saibam quanto seus rivais estão recebendo, o que atrapalha na hora da barganha. No C13 tudo isso era público e notório: não apenas os clubes tinha conhecimento de quanto cada um ganahva, como os torcedores estambém tinham, o que lhes dava condições de analisar os acordos que eram feitos.
- Duração: às vésperas de uma Copa do Mundo, os direitos de tv vão estar super valorizados, ou seja, seria um momento bastante adequado para negociar. Por isso que a Globo, muito espertamente, fez questão de fazer um acerto por 4 anos, ao invés de 3. Assim não corre o risco de ter que bancar essa valorização. Bom para a emissora, ruim para os clubes.
- Restrição: à princípio, o acordo da Rede Globo é mais interessante para o torcedor pois impede apenas a transmissão para a cidade em que ocorre a partida. No entanto, com o contrato feito pelo C13, os clubes teriam mais ganhos com pay per view, já que a partida não seria exibida para o Estado em que ocorresse.
- Outras propriedades cedidas: com o C13, os clubes cederiam apenas os direitos de tv. Já no acordo direto com a Globo vão abrir mão de outras propriedades. Resta saber se o valor que os clubes arrecadariam por fora com publicidade estática supera o valor que será pago pela Globo.
- Geração de imagens: com o C13 gerando as imagens, os clubes teriam um aumento considerável da exposição das marcas de seus patrocinadores, algo difícil de acontecer com a Rede Globo. Quem nunca viu a emissora carioca focar a câmera no nariz do jogador para impedir que o backdrop (painel com patrocinadores) fosse exibido?
- Dono das imagens: pelo sistema do C13, passariam a ser donos dos direitos sobre as imagens geradas, ao invés de continuarem nas mãos da emissora. Esse item dispensa maiores explicações.
- Sublicenciamento: a Globo poderá ceder os direitos para outra emissora (como faz com a Band), sem passar 1 centavo sequer para os clubes. Mas pela licitação do C13, os clubes ganhariam uma parte desse bolo.
- Naming rights: o blog já tratou do assunto. Com a licitação, todos os clubes teriam essa valorização do nome de seus estádios, o que valorizaria sobremaneira a propriedade. Já com a Globo, isso dificilmente acontecerá, com exceção do Corinthians.
- Qualidades adicionais: aqui é preciso abrir um parêntese: a comparação não é entre Redetv e Globo e sim entre negociação em conjunto pelo C13 e negociação direta com a Globo. Isso porque se pressupõe que, caso os clubes dissidentes não tivessem se rebelado, várias emissoras, inclusive a Globo, teriam disputado a licitação, a qual resultaria em um contrato com as características acima.
Evidente que a Rede Globo tem uma maior qualidade de transmissão dos jogos, mas é possível que a própria Rede Globo saísse vitoriosa da licitação, assim como é possível (e até provável) que os ganhos resultantes da concorrência superassem em muito eventuais perdas sem as transmissões da emissora carioca.
Assim, fica ainda mais evidente o péssimo negócio que os clubes dissidentes fizeram. A reportagem do Lance! resumiu muito bem as diferenças entre os acordos: “o contrato da Globo, basicamente, faz mais exigências e oferece menos dinheiro e menos garantias do que o da RedeTV!”.
Não se pode negar os defeitos do C13 (dentre eles, o valor absurdo que a entidade leva em cada negociação dessas).
Mas com ou sem defeitos, o Clube dos 13 era um reduto dos clubes, sem interferências de quem fosse. E cá pra nós: melhor ter um reduto defeituoso do que reduto nenhum. É como o nosso Congresso Nacional: é repleto de defeitos, mas ainda é melhor ter um Congresso defeituoso do que Congresso nenhum, vivendo sob a força de um ditador.
E mais: com essas negociações, o C13 deixaria de ser mero coadjuvante e passaria a ser protagonista, abrindo uma possibilidade de independência dos clubes frente à CBF, com os times – e não as emissoras – dando as cartas.
Twitter: http://twitter.com/PedrinhoGarciaa
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